sexta-feira, 20 de maio de 2011

1º FICHAMENTO DA GINCANA - GENÉTICA !


Ribeiro Pereira., A.F.J; Pereira.,L.B; Silveiro do Vale.,E.C; Tanure.,E.C. Síndrome de Muckle-Wells em quatro membros de uma família.An. Bras. Dermatol. vol.85 no.6 Rio de Janeiro nov./dez. 2010.

"A síndrome de Muckle-Wells é uma doença autossômica dominante e rara, está entre as síndromes febris hereditárias. É caracterizada por febre, urticária, artralgia, cefaleia, dor abdominal, retardo do crescimento, mialgia e conjuntivite desde criança, ligada a exposição ao frio. Com um tempo há também perda auditiva neurossensorial progressiva. A pior complicação de todas é Amiloidose, que ocorre em 25% dos casos. Associa-se a mutação do gene NLRP3 (antes CIAS1) que codifica a criopirina, proteína reguladora da produção de citocinas pró-inflamatórias, como a interleucina-1beta. Relata-se a ocorrência dessa doença incomum em 4 membros de uma única família.

CASO 1 : Paciente do sexo feminino de 43 anos, tem quatro recorrente de urticária artralgias e edema de joelhos e tornozelos, ocorre também hiperemia conjuntival no primeiro mês de vida. Os episódios duram cerca de dois a três dias e se relacionam com a exposição ao frio. Na pele há uma pequena ardência no local, foi registrado também hipoacusia e perda auditiva neurossensorial a audiometria. O fator antinúcleo (FAN) é negativo como crioglobulinas, anticardiolipina e anticoagulante lúpico. A velocidade de hemossedimentação (VHS) e a proteína C reativa (PCR) são  elevadas as dosagens séricas de C3 e C4 são normais.Exame histopatológico de lesão urticariforme de pele evidenciou, na derme, discreto infiltrado inflamatório perivascular linfo-histiocitário, com alguns neutrófilos e eosinófilos, além de edema e agressão inflamatória vascular, sugerindo  vasculite neutrofílica de pequenos vasos.A imunofluorescência direta foi negativa para IgA, IgG, IgM e C3.

Caso 2 : Paciente do sexo feminino, de 24 anos, com dor e edema de tornozelos, associados àu urticária não-pruriginosa, relacionados ao frio, desde a infância. Exames feitos nos laboratórios mostraram VHS elevada, FAN negativo, dosagens de C3 e C4. A biópsia de pele revelou leve infiltrado inflamatório perivascular linfocitário, com poucos neutrófilos, na derme superior, com agressão aos vasos. A imunofluorescência direta foi negativa. Audiometria evidenciou discreta perda auditiva neurossensorial à esquerda.


Caso 3 : Paciente do sexo masculino, de 20 anos,com surtos de urticária, hiperemia conjuntival e artralgia nos joelhos, desde a primeira infância, que pioram com a exposição ao frio. As lesões cutâneas não são pruriginosas. Há surdez neurossensorial à esquerda. A VHS e a PCR são elevadas, o FAN é negativo e dosagens de C3 e C4 são normais. Ao exame de urina rotina, diagnosticou-se hipocalciúria. Exame histopatológico de pele mostrou apenas dermite crônica. Estudo genético evidenciou cariótipo normal e a pesquisa de quebras cromossômicas foi negativa.

Caso 4 : Paciente do sexo feminino, de 17 anos, com quadro recalcitrante de urticária não pruriginosa e dor nos tornozelos, desde os primeiros anos de vida, desencadeado por exposição ao frio. Há discreta perda auditiva neurossensorial bilateral. O FAN é negativo e exame de urina-rotina, VHS, PCR e dosagem de C3 e C4 são normais. À histopatologia, observou-se discreto exsudato linfocitário, com poucos neutrófilos, ao redor de pequenos vasos, na derme superior, havendo agressão vascular, além de epiderme no limite da normalidade. A imunofluorescência direta foi negativa.

Além da MWS, a síndrome autoinflamatória familiar, e a síndrome neurocutâneo-articular crônica infantil, também são doenças febris hereditárias, de padrão autossômico dominante. Igualmente, as três entidades associam-se a mutações no gene NLRP3 (antes CIAS1), localizado no cromossomo 1.
 Dodé identificou a mesma mutação em duas famílias com síndrome de Muckle-Wells e em outras duas com FCAS, não havendo origem étnica semelhante entre elas.Todos esses achados sugerem que a síndrome de MWS, a FCAS e a CINCA constituam diferentes expressões fenotípicas de uma mesma doença. Acredita-se que haja correlação entre genótipo e fenótipo.
Fatores ambientais e genes modificadores podem determinar diferentes fenótipos. A FCAS parece representar o fenótipo mais brando,e a CINCA ocupa o pólo mais grave. Enquanto a FCAS apresenta-se basicamente com urticária ao frio, febre e artralgia, na MWS desenvolvem-se ainda perda auditiva e amiloidose, como ja mencionado. Já na CINCA, há alterações do sistema nervoso central e artropatia, o surgimento da urticária,é ainda no período neonatal. As manifestações neurológicas, ocorrem em quase todos os pacientes com CINCA e variam desde cefaleia crônica, vômitos e papiledema até plegia espástica e epilepsia.

 Pode-se classificar os pacientes estudados como portadores de uma das síndromes.Todos os quatro apresentam, ainda que em graus variados, perda auditiva neurossensorial, manifestação presente na MWS. Além disso, nenhum deles apresentou até o momento sintomas neurológicos ou artrite franca, o que enfraquece a hipótese de algum destes pacientes ser portador da CINCA. Síndromes febris periódicas, acompanhadas de erupção urticariforme, tais como: a FCAS, a MWS e a CINCA, foram associadas a mutações no gene NLRP3 (antes CIAS1) e têm sido conjuntamente chamadas síndromes periódicas."

2 comentários:

  1. Tente ler os artigos e registrar as principais idéias dos autores de forma suscinta.
    .
    O fichamento deve ser algo mais resumido.
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    Fazer a referência seguindo as normas da ABNT.
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  2. OOOK!
    Resumi este o máximo que pude, vou fazer melhor nos outros, já coloquei o que o senhor pediu.. dar uma olhadinha agora, pra ver se tá correto!

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